Ontem, na Conferência de Segurança de Munique, o Vice-Presidente dos EUA, J. D. Vance, proferiu um discurso memorável. Foi o discurso certo, no local certo, dirigido aos alvos certos.
Começou por
salientar que a maior ameaça à segurança da Europa não vem da Rússia, da China,
ou de outro actor externo, mas de dentro de si própria, e traduz-se no retrocesso
dos valores democráticos que nela se verifica.
Desenvolvendo
esta ideia, J. D. Vance recordou, às elites políticas europeias, coisas
elementares sobre o que é a democracia.
A saber:
Sem
liberdade de expressão, não há democracia.
Sem
liberdade de imprensa, não há democracia.
Democracia
não é compatível com a perseguição de cidadãos por delitos de opinião.
Democracia
não é compatível com o cancelamento de eleições quando o resultado destas não
agrada ao poder político instalado, como aconteceu recentemente na Roménia e um
antigo comissário europeu ameaçou que poderá acontecer na Alemanha dentro de
uma semana.
As elites
políticas europeias não podem divorciar-se dos povos europeus, nem ter medo
deles.
Não tem
legitimidade democrática quem censura a opinião política divergente e põe os
seus opositores na prisão, sejam estes o líder de outro partido, um cidadão que
expressa a sua opinião ou um jornalista que pretende fazer o seu trabalho.
Democracia
não é compatível com o cancelamento de partidos políticos, ou com «cordões sanitários» em torno de
partidos políticos que recebem votos tão legítimos quanto os dos restantes.
A imigração
em massa de pessoas não europeias, fomentada pelas elites políticas europeias
sem legitimação popular, constitui uma ameaça aos povos da Europa.
Enfim, uma enorme pedrada no charco, a que deu gosto assistir.
A comunicação social sistémica diz que J. D. Vance veio à Europa para a atacar. Nada disso. Aquilo que senti foi um abraço de J. D. Vance aos povos europeus. O que deixou as elites políticas europeias furiosas.