Ainda se encontram sob
investigação as circunstâncias que levaram um agente da PSP a disparar sobre
Odair Moniz. Não obstante, o veredito da associação «SOS Racismo» foi imediato: o agente da PSP é racista e actuou motivado
por esse sentimento. O comunicado que emitiu é claro: tratou-se de um «assassinato» (link).
Ou seja, para a «SOS Racismo», as dúvidas que ela
própria enuncia naquele comunicado não passam de mera retórica, tudo parecendo
já estar mais que esclarecido: o agente da PSP disparou com a intenção de matar
Odair Moniz, sem outra justificação que o ódio que ele supostamente tem às
pessoas «negras». O que implica que,
logo à partida, se considere afastada a hipótese de legítima defesa, ou outra
que implique descer do patamar superior, correspondente ao «assassinato».
Salta à vista que isto não
faz qualquer sentido. Antes do apuramento das exactas circunstâncias em que
Odair Moniz foi baleado, qualquer conclusão sobre a intenção do agente da PSP e
a existência, ou não, de uma situação de legítima defesa por parte deste, é
precipitada. Ainda mais precipitado é concluir que o agente da PSP é racista e que
foi isso que o levou a actuar como actuou. As acusações feitas pela «SOS Racismo» são precipitadas,
infundadas, ridículas e ofensivas. Também são oportunistas, pois nada mais visaram
que encontrar um pretexto para a sua autora tentar justificar a sua existência e
fazer prova de vida, ainda que isso implicasse lançar achas para a fogueira já ateada
pela morte de Odair Moniz.
Não obstante, foram muitos
aqueles que prontamente surfaram a onda do «anti-racismo»
militante. Até se fez uma manifestação, escassos
dias depois da morte de Odair Moniz, contra o alegado racismo, não só do agente
que sobre aquele disparou, mas de toda a PSP. À qual não faltaram os habituais
cartazes vexatórios da PSP e dos seus agentes e os não menos habituais políticos
que não perdem oportunidades desta natureza para «aparecerem».
A pressa com que os militantes
do «anti-racismo» condenaram o agente
da PSP que disparou sobre Odair Moniz e enxovalharam a instituição que ele
serve contrasta, porém, com o seu ensurdecedor silêncio noutras ocasiões em
que, aí sim, a motivação racista de, pelo menos, alguns dos intervenientes, foi
por demais evidente.
Em Julho de 2008, esta situação alarmou Portugal. Confrontos violentos
entre «ciganos» e «negros» residentes no Bairro da Quinta
da Fonte, na via pública, com uso de armas de fogo. Uma parte desses confrontos
foi filmada e as imagens, que podem ser vistas no YouTube, são impressionantes.
Dediquei, então, algumas
mensagens a este acontecimento. Nesta, salientei
o silêncio daqueles que, então, denominei como «anti-racistas de serviço». Da parte deles, nem uma palavra sobre o
assunto. Nem comunicados, nem manifestações, nada! Estrategicamente, calaram-se
muito bem caladinhos. Até hoje.
Enfim, são um modelo de
credibilidade, estes «anti-racistas»
intermitentes.