Já aqui falei acerca da permeabilidade do Tribunal Judicial da Comarca de Beja.
Permeabilidade à chuva, claro.
A «Circular do Silêncio», com que fomos surpreendidos há dias, estimulou-me no sentido de voltar ao tema.
Aquele tribunal está instalado num edifício sólido e digno, construído na época em que era ministro da justiça Cavaleiro de Ferreira e situado numa zona nobre da cidade.
Durante cerca de meio século, nunca teve problemas.
Nem infiltrações, nem uma simples racha.
Sofreu profundas obras de remodelação há dois anos.
Desde então, cada vez que chove, temos água com fartura em vários pontos do edifício, nomeadamente em corredores e gabinetes de magistrados.
As consequências são as habituais: processos encharcados, corredores intransitáveis, gabinetes inutilizáveis, trabalho ao som da água da chuva a cair dentro de baldes de plástico…
Já houve mais de uma tentativa de reparação, mas ficou tudo na mesma.
A água continua a entrar nos mesmos sítios e com idêntica abundância.
Pergunto:
Quem adjudicou a obra e com base em que critérios?
Quem fiscalizou a execução da obra?
Quem aceitou a obra, acto este que pressupõe prévia verificação da sua perfeição?
Como é isto possível?
Quem responde por isto?