2005-10-28

De volta

Finda a greve, é altura de regressar ao trabalho.
Um pouco antes das 9.00 horas, entro no Tribunal de Beja.
Lá fora, chove a cântaros.
Entro, subo ao primeiro andar, pasta e computador portátil numa mão, saco de viagem a abarrotar de processos na outra, chapéu de chuva encharcado debaixo do braço.
Barulho de água a cair no chão. Muita água.
Sem surpresa, lembro-me de, há exactamente um ano atrás, ter entrado no mesmo Tribunal à mesma hora, também sob uma forte carga de água – que, para desgraça de todos nós, não se repetiu ao longo do Inverno, nem da Primavera, nem do tórrido Verão alentejano –, e ter ouvido exactamente a mesma coisa, então com surpresa: água, muita água, qual torneira aberta, a cair sobre o chão do edifício, em vários locais deste.
Hoje, como há um ano atrás, isso aconteceu em vários sítios do 1.º piso.
E aconteceu, ainda, numa das duas salas de audiências, onde, não obstante, graças à ajuda de um balde já habituado a estas andanças, lá se foram fazendo julgamentos.
E pensei, sem surpresa e com alguma resignação: há coisas que não mudam!