Foi hoje deixado, à hora do almoço, este comentário numa caixa lá mais para baixo.
O seu interesse é óbvio.
Dada a minha proximidade com o evento descrito, nada mais posso dizer para além disto: é claro que não pode, Dr. Lança Silva!
«Não sou advogado. Mas gosto de assistir a julgamentos. Não por um qualquer recalcamento: apenas porque me descontrai e me diverte. Era o meio de uma manhã complicada de trabalho, fiz uma pausa, para um passeio a pé; estava perto do Tribunal e espreitei a sala. Presumo que estava em julgamento duas tentativas de homicídio; apelando à memória, pareceu-me um caso que mereceu honras de telejornais.
«Não sou advogado. Mas gosto de assistir a julgamentos. Não por um qualquer recalcamento: apenas porque me descontrai e me diverte. Era o meio de uma manhã complicada de trabalho, fiz uma pausa, para um passeio a pé; estava perto do Tribunal e espreitei a sala. Presumo que estava em julgamento duas tentativas de homicídio; apelando à memória, pareceu-me um caso que mereceu honras de telejornais.
O colectivo (um excelente colectivo, por sinal – o facto de não ser advogado permite-me dizê-lo sem correr o risco de ínvias interpretações - ) está num momento decisivo do interrogatório ao Arguido; um dos juízes prepara uma pergunta decisiva, depois de minutos a procurar o contexto perfeito… de repente… silêncio na sala; podem ter sido apenas trinta segundos, mas pareceram horas.
O julgamento pára: foi preciso mudar a cassete… (as mesmas cassetes que, segundo rumores, depois quase não se conseguem ouvir e cujas transcrições são estupidamente caras).
Sou um enorme adepto da tecnologia nos Tribunais! Mas… sem meios técnicos e humanos, sem um verdadeiro investimento, andamos a brincar com coisas demasiado sérias. No século XXI, a justiça não pode parar para mudar uma cassete…»