2006-02-08

GREVE DE ZELO - 1

Na sequência de uma notícia de jornal publicada há alguns dias, lá veio, de novo, a acusação de que os juízes estão a fazer uma greve de zelo ao não trabalharem para além daquele que é o seu período de trabalho (não confundir com horário de trabalho, do qual e só do qual aqueles estão isentos), ou ao não o fazerem com a amplitude anterior.
Mais uma vez, a semente pegou com facilidade nos terrenos férteis para culturas desse tipo. A generalidade das pessoas que têm dissertado sobre o tema aceitaram, acriticamente, a ideia de que os juízes estão, na realidade, em greve de zelo.
Aquilo que me espanta é que esta semente também pegou em terrenos habitualmente desfavoráveis a este tipo de cultura. Com efeito, embora metendo a palavra greve de zelo entre aspas, com isso querendo significar não sei o quê («greve de zelo» é sinónimo de greve de zelo? se não o é, é o quê?), algumas vozes, pelas quais, aliás, tenho o maior respeito – daí o meu desconforto – «embarcaram» naquela falsa ideia.
Felizmente, há quem vá tentando remar contra a maré, explicando aquilo que, de tão elementar, não deveria carecer de explicação, ou seja, que é falso que os juízes estejam a fazer uma greve de zelo, com ou sem aspas.
Nos posts seguintes, juntarei a minha voz às destes últimos.