Para combater a
criminalidade, nas suas múltiplas vertentes, todos os dados a ela referentes
são preciosos, sem excepção. Não se pode combater aquilo que não se conhece.
Quanto maior for esse conhecimento, mais eficaz poderá ser a acção. É assim com
a criminalidade, como o é com a restante realidade. A ignorância nunca trouxe
benefícios.
A este propósito, aqui lamentei, em 2007, 2008, 2011
e 2012 (link 1, link 2, link 3, link 4, link 5), a escassez de estudos sobre criminalidade em
Portugal. Tal escassez persiste. E, o pouco que há, não tem a divulgação que
merece, atenta a importância do tema.
Porém, não nos limitámos a não melhorar
naquilo em que já estávamos mal. Num aspecto, piorámos deliberadamente ao longo
dos últimos anos. Passámos do «não sei»
para o «não sei, nem quero saber».
Alguns, vão mesmo mais longe: não sabem, não querem saber, terão eventualmente
raiva a quem sabe e, seguramente, têm muita raiva a quem quer saber.
Tenho, obviamente, em vista um dos «temas proibidos» pelos novos «polícias da palavra», herdeiros não assumidos dos cavalheiros do lápis
azul do tempo do Estado Novo: se é possível estabelecer uma relação entre as
vagas de imigração que têm assolado vários países da Europa ocidental nos anos
mais recentes, nomeadamente Portugal, e a criminalidade.
Trata-se de uma temática
importantíssima, que não pode ser varrida para debaixo do tapete, seja procurando
silenciar quem a pretenda conhecer desatando imediatamente a chamar-lhe «xenófobo», «racista», «fascista», «extremista» e outros «projécteis verbais» que essa gente tem
sempre na ponta da língua, pronta para disparar sobre quem com ela não faça
coro, seja tentando «arrumar» sumariamente
a questão com fundamentação tão «ao lado»
que devia envergonhar quem a ela recorre. A questão coloca-se
inexoravelmente. Não é possível continuar a ignorar o elefante no meio da sala.